Em 1987 Chico Rey e Paraná cantavam sobre os trabalhadores, reforma agrária e crise. Que retrocesso o "sertanejo universitário", enfim, tudo é pasteurizado pelo consumismo.
A classe roceira e a classe operária
Ansiosas esperam a reforma agrária
Sabendo que ela dará solução
Para situação que está precária.
Saindo projeto do chão brasileiro
De cada roceiro ganhar sua área
Sei que miséria ninguém viveria
E a produção já aumentaria
Quinhentos por cento até na pecuária!
Esta grande crise que a tempos surgiu
Maltrata o caboclo ferindo seu brio
Dentro de um país rico e altaneiro,
Morrem brasileiros de fome e de frio.
Em nossas cidades ricas em I'móveis
Milhões de automóveis já se produziu,
Enquanto o coitado do pobre operário
Vive apertado ganhando salário,
Que sobe depois que tudo subiu!
Nosso lavrador que vive do chão
Só tem a metade da sua produção
Porque a semente que ele semeia
Tem quer à meia com o seu patrão!
O nosso roceiro vive num dilema
E o problema não tem solução
Porque o ricaço que vive folgado
Acha que projeto se for assinado,
Estará ferindo a constituição!
Mas grande esperança o povo conduz
E pede a Jesus pela oração,
Pra guiar o pobre por onde ele trilha,
E para a família não faltar o pão.
Que eles não deixam o capitalismo
Levar ao abismo a nossa nação,
A desigualdade aqui é tamanha
Enquanto o ricaço não sabe o que ganha
O pobre do pobre vive de tostão