sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Observador

(Autor desconhecido)

O observador vive em seu próprio mundo, entretanto, pelas margens entre as diferentes realidades observa os outros. Por pura curiosidade. Outros dizem: “por pura falta de criatividade”. Não posso concordar, pois a partir da observação dos elementos de outras realidades o observador irá construir o seu mundo próprio, usando aquilo que lhe interessa do observado somado à sua bagagem intrínseca. Sendo tal construção uma mesclagem de todo o material observado, estes sofrem modificações e são organizados de forma distinta, assim, a construção do observador não pode ser considerada mera cópia, mas sim, um novo produto.

E lembrem-se: na escuridão,
nunca se sabe o que tem.
No escuro vive outras criaturas,
vivem as suas criaturas.

Na escuridão vivem os nossos observadores ...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O Duende


Era um duende maluco,
Fumando cigarro maluco,
Usando ‘maluquesas’,
Estudando o maluques,
Ouvindo a música maluca,
Só lia a literatura maluca,
O sexo era maluco,
Morava numa casa maluca,
Com móveis malucos,
Tem um bicho bem estranho,
Seus dias são malucos,
Mas ...
Entre seus vizinhos malucos,
Era apenas um duende
Vivendo num mundo torto e maluco.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Monólogo 'à Trois'


Em uma destas madrugadas qualquer onde o eu, conversa comigo mesmo e o ego se intromete.

Tenho medo da vida dar errado. Se é que já não esta tudo errado. A esta hora da noite as perguntas clichês vêm à tona. O que eu faço aqui? Porque eu vim parar entre estas pessoas? Porque tanto medo da vida?! Ta aí o carnaval! Pra que? Pra ser feliz! O que adianta brincar de ser feliz? Todos brincam! Eu não sou todos, quero brincar de pique-esconde. Covarde!

Como se fosse hoje me lembro que na dócil ingenuidade de uma década e sete anos acreditava ainda que tudo estaria resolvido após o ingresso à universidade. Doce ilusão.

"Melancolia de merda". (Ego)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Henfil!


“Henfil é avesso ...” (Ego)

Sobre Henfil
http://www.centrocultural.sp.gov.br/gibiteca/henfil.htm

Cartas da Mãe (textos)
http://www.culturabrasil.pro.br/cartasdamae.htm

Carta da Mãe (curta-metragem)

Entrevista (excelente) com o tal do Henfil na revista Caros Amigos

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pseudo ensaio sobre as escolhas.

Poison, 1939 (René Magritte)

"Tornando-se um consciente criador de escolhas, você começa a gerar ações que são evolucionárias para você." (Deepak Chopra) - "Copiei de um site encontrado no Google agora mesmo, mal sei quem é o tal famosinho aí entre os parenteses, não mais que é um médico indiano, autor de milagrosos livros de auto-ajuda".

Pra que lado você vai? Pra que lado, responda rápido, existe o caminho certo e o errado e vice e versa, o caminho claro, com passarinhos de Walt Disney e sol irradiante e o tenebroso, estilo filmes de Tim Burton, jogue com a sorte, escolha, abra a porta, entre.

Não quer dizer que será feliz, não te dão a certeza, apenas a escolha ou nem isso (sinta-se honrado se lhe foi permitido tal façanha), a certeza esta em você, se por ventura (ou desventura, o que não é tão difícil) você entrar no caminho onde não se enquadra sua certeza ou mesmo a forma do seu corpo, pode voltar, o caminho se estende, seu ego e a sociedade podem não aceitar (ou entender), claro, mas você pode voltar, pois a certeza é apenas sua.

"Que textinho auto-ajuda de merda" (Ego)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Carnaval

Figuras Carnavalescas, 1965 (Di Cavalcanti)

Carnaval II, 1965 (Di Cavalcanti)


Carnaval que ouço dizer,
Carnaval é bagunça,
Carnaval é a festa popular,
Carnaval é do diabo,
Carnaval é de todos,
Carnaval é só porcaria,
Carnaval é alegria,
Carnaval é pierrot e colombina,
Carnaval é exagero,
Carnaval é colorido,
Carnaval é amor, é só sexo,
Carnaval é feriado,
Carnaval é vagabundo,
Carnaval é lucro,
Carnaval verde amarelo,
Carnaval brasileiro ...

Ensaio sobre a moral.

Two Half-Naked Women Seen from behind in the Rue des Moulins Brothel, 1894 (Toulouse-Lautrec, Henri de)


A palavra Moral tem origem no latim - morus - significando os usos e costumes. Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A Moral está contida nos códigos, que tendem a regulamentar o agir das pessoas.

Quem tem moral aqui? Alguém já viu uma por aí? “Eu já vi mas é falsa”. Moral é só moral, não tem muita alternativa pra moral. Moral é paralisada. Moral é a ordem? Não pode ser, pois a ordem é uma questão sócio-cultural, comportamental, complexa o bastante para que ordem não signifique ordem para todos os seres que habitam (habitaram) este mundo. Moral não é poder, não é respeito. A partir da moral nasce a tirania, o fanatismo, a intolerância, o ódio, a guerra.

Moral não é alegria, moral não é colorida, moral não é diversidade, moral não é amor, moral não é sexo, moral não é um abraço forte, moral não é amigo, moral não é você que esta lendo aqui seu bocó, moral não é confete, moral não é carnaval e nem rock’n’roll, moral é apenas uma solitária moral.

“Moral é um conjunto de idéias diferentes da sua!” (Ego).

Ensaio sobre o Caos.

Guernica, 1937 (Pablo Picasso)

Caos: do Gr. kháoss. m.,
confusão de todos os elementos, antes de se formar o mundo;
grande desordem;
babel;
balbúrdia.
Língua Portuguesa On-Line (http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx)

O caos é a louça suja, o caos é a bituca do cigarrinho proibido que você não sabe onde colocou, o caos é o pegarem com o dedo no nariz, o caos é você não saber a letra, cantar fora do ritmo, o caos é um grito sem sentido, uma palavra solta, perdida, se remoendo pelo chão, o caos é o exagero, o caos é a loucura, o caos é a mente perturbada, o caos é a mente perturbada, é o caos, o caos é a guerra, a produção em massa, é a fome. É o caos apenas a desordem das porções de uma ordem, o caos é a ordem em potencial, nasce nos caminhos bifurcados, entre as escolhas e as decisões, cresce entre os caminhos percorridos e novas escolhas e novas decisões, fortalece-se nas decisões (e nas mentiras contidas nas tais decisões) tomadas, nas loucuras a qual é submetido, então, em forma de gente explodem aqui no mundo. O caos somos.

“O caos sou eu”. (Ego)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Das ruas à Casa Branca


Ele já chegou a ser detido algumas vezes por ações ilegais de grafite. Hoje, Shepard Fairey é o autor do retrato mais divulgado ao longo da campanha do próximo presidente dos Estados Unidos e, aos poucos, sai das ruas e entra nas galerias e nos museus Por Fernando Eichenberg (Revista BRAVO! Janeiro/2009)


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O enigma do infinito


Moça na Janela, de 1925 (Salvador Dali)

Meu destino é ali naquele ponto em que eu ‘juro’ tudo acabar ...

Veredicto sobre a verdade.

Galatea de las Esferas 1952 (Salvador Dalí - 1904 - 1989)


O que é a verdade, sim, como tantos outros com o mesmo clichê, com uma pergunta sobre o que é a verdade? A verdade é a mentira (ponto) contada pelo lado avesso, mas não fiquem desconsolados pois ao mesmo tempo em que a verdade é a mentira do avesso, ela é a verdade para você! Prove, olhe aí para dentro de você, no infinito do seu ego, e agora olhe de volta para o que esta ao seu redor, tudo isso não é verdade?

Nunca reparou sobre o cruzamento entre os extremos, tanto se você é desorganizado de mais como se for organizado de mais, você será considerado ‘louco’. Imagina então a convergência existente entre a realidade e os sonhos? Quem é sonho de quem? A convergência dos extremos é uma das razões sobre a junção entre a verdade e a mentira para que haja um equilibro entre ambas nos pensamentos.

Vocês ainda vão continuar a afirmar a verdade, quando (eu acabei de ver o infinito) a verdade e a mentira correm pelo espaço de todas as mentes sendo uma substância gelatinosa que se entrelaça a partir de idéias, crenças, imagens, linhas de frases, palavras, sílabas, iato, ditongo, tudo junto na feira de domingo. (agora eu falei ‘em brasileiro’).

O avesso sempre tem um avesso, toda verdade tem uma mentira, não tem como dizer que o texto de fulano é mais veredicto que texto de sicrano na imensidão de verdades que estendem-se pelo mundo nas milhares de cabeças viventes. São tantas (tantas!) as vertentes que não é possível afirmar a verdadeira. É claro que este texto não condiz com a verdade.