terça-feira, 15 de maio de 2012

Regresso ao Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Trechos do livro Regresso ao Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, escrito em 1959. Neste livro  Huxley faz uma nova análise do mundo complementando “Admirável Mundo Novo” com algumas comparações interessantes com a obra de Orwel, 1984, que também trata de forças totalitárias governando o mundo.

Com este post, quero apenas registrar trechos na íntegra que me interessam do livro. 


(Regresso ao Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley - 1959) 

"À medida que o mecanismo de produção em massa se torna mais eficiente tende a tornar-se mais complexo e mais dispendioso - e portanto, longe do alcance do homem empreendedor que possui poucos recursos. Além disso, a produção em larga escala não pode funcionar sem uma distribuição em grande escala; a distribuição em grande escala apresenta problemas que só os maiores produtores podem resolver razoavelmente. Em um mundo de produção e de distribuição em grande escala os Pequenos, com o seu fundo insuficiente de capital operante, vêem-se em grande desvantagem. Em competição com os Grandes perdem o seu capital e, finalmente, a sua própria existência como produtores independentes; os Grandes engoliram-nos. Quando os pequenos desaparecem, é cada vez maior o poder econômico que passa a ser manipulado por mãos cada vez menos numerosas. Sob uma ditadura, o Alto Negócio, tornado realizável pelo progresso tecnológico e pela consequente ruína do Pequeno Negócio, é controlado pelo Estado - isto é, por um grupo pequeno de chefes políticos e de militares, policiais e funcionários civis que lhes executam as ordens."
- página 40


"Qualquer cultura que, no interesse da eficácia ou em nome de qualquer dogma político ou religioso, procura padronizar o indivíduo humano, comete um ultraje contra a natureza biológica do homem."
- página 43


"A vontade de ordem pode converter em tiranos os que aspiram simplesmente a desfazer a confusão. A beleza da boa ordenação é aplicada como justificação para o despotismo"
- página 45

"A vida nas cidades é anônima e, por isso mesmo, abstrata. As pessoas se relacionam umas com as outras, não como personalidades integrais, mas como personificações de funções econômicas ou, quando não estão no emprego como pessoas que procuram irrefletidamente o entretenimento. Sujeitos a uma vida desta espécie, os indivíduos tendem a sentir-se solitários e sem importância. A sua existência deixa de ter qualquer importância ou qualquer sentido."
- página 46
(Em construção)


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